quarta-feira, 20 de junho de 2007

Novo método identifica veneno em apenas 1,5 minuto


Pesquisadores do Laboratório Thomson de Espectrometria de Massas, do Instituto de Química (IQ) da Unicamp, acabam de desenvolver uma metodologia capaz de identificar com precisão, em apenas um minuto e meio, o veneno de uma cobra, entre sete espécies diferentes. Estas foram escolhidas por serem muito freqüentes na fauna brasileira. O método, que ainda demandará alguns estudos antes de poder ser aplicado em larga escala, abre a perspectiva para a certificação de medicamentos produzidos à base da peçonha desses animais. Além disso, também pode contribuir para tornar mais eficiente o atendimento às vítimas de acidentes com os ofídios. De acordo com dados disponíveis na literatura, cerca de 20 mil pessoas são atacadas anualmente por serpentes no Brasil.
Escolhendo o soro certo para a vítima de picada
Segundo o cientista de alimentos Rodrigo Catharino, o método empregado para identificar o veneno das sete espécies de cobras (jararaca, cascavel e jararacuçu, entre outras) pode ser considerado ao mesmo tempo simples, rápido e preciso. Isso se deve à utilização do espectrômetro de massas, aparelho extremamente versátil que tem a propriedade de determinar a “impressão digital química” de inúmeras substâncias, no caso as peçonhas dos animais. Para desenvolver a metodologia em questão, os pesquisadores do IQ valeram-se de amostras cedidas pelo Instituto Butantan e pela Universidade do Vale do Paraíba (Univap). Assim, eles analisaram a fração de baixo peso de cada amostra. Após vários ensaios, a equipe finalmente fez a identificação dos venenos, a partir dos peptídeos, que são os compostos resultantes da união entre dois ou mais aminoácidos. O estudo consumiu ao todo seis meses de trabalhos.
“O nível de precisão desse método fica acima de 99%, dispensando a realização da contra-prova”, garante o bioquímico Gustavo M. F. de Souza. De acordo com ele, a metodologia pode servir à certificação de medicamentos produzidos com o veneno dos ofídios. “A partir dela, a indústria farmacêutica terá, por exemplo, como checar a característica e a qualidade da matéria-prima que utiliza”, acrescenta. Outra aplicação possível, conforme os pesquisadores, está na área médica, sobretudo no apoio ao atendimento às vítimas de picadas de serpentes. Cerca de 20 mil pessoas são atacadas anualmente no Brasil por esses animais. Destas, perto de 80 morrem. As mortes normalmente acontecem em virtude da demora no socorro, que consiste na administração de um soro que funciona como antídoto contra o veneno.
Além disso, em alguns casos há a dificuldade de identificar qual foi a espécie responsável pela picada, o que impede a aplicação imediata do soro específico. Quando isso acontece, os médicos geralmente se guiam pelos sintomas apresentados pela vítima. “Com o uso da metodologia desenvolvida aqui no Instituto de Química, o serviço médico saberia em apenas um minuto e meio que tipo de serpente picou a pessoa e, conseqüentemente, que antídoto usar”, diz Gustavo de Souza. Para fazer a identificação, basta retirar uma pequena dose de sangue da vítima. Como esta contém traços do veneno, o próximo passo é separar os peptídeos da peçonha dos peptídeos do sangue, a fim de analisá-los no espectrômetro de massas e verificar a que espécie de ofídio pertence. Como o custo do equipamento é caro, o trabalho poderia ser realizado por um hospital de referência de uma dada região.
Ainda segundo Gustavo de Souza, o método foi validado com o veneno de ofídios, mas pode ser aplicado a outras peçonhas, como as de aranhas e escorpiões. “Vale destacar que o IQ desenvolveu a metodologia, mas não pretende atuar diretamente na identificação dessas substâncias. Isso deverá ser feito por outras instituições ou empresas interessadas. Antes, porém, será preciso aprofundar os estudos para determinar a melhor forma de aplicá-la em larga escala”, adverte.
Usina de soluções – Em razão do trabalho que vêm realizando nos últimos anos, os pesquisadores do Laboratório Thomson de Espectrometria de Massas estão se transformando em “caçadores de fraudes” contra os consumidores. Graças a avançadas técnicas de análises químicas, os especialistas constataram várias adulterações em produtos indispensáveis ao cotidiano da sociedade. Antes de desenvolverem a metodologia para identificar os venenos de cobras, eles já haviam feito o mesmo para detectar “batismos” na gasolina, bebidas alcoólicas e óleos comestíveis e azeites de oliva. Agora, os cientistas do IQ se preparam para fazer investigação semelhante com a própolis, o vinagre e o café.
De acordo com o cientista de alimentos Rodrigo Catharino, o método empregado para analisar todas essas substâncias é relativamente simples. Inicialmente, os pesquisadores tomam como referência uma amostra padrão. As demais amostras, que serão comparadas com a primeira, são dissolvidas ou injetadas diretamente no espectrômetro de massas, responsável pelas análises químicas. De modo geral, a identificação, que tem um nível de precisão acima de 99%, fica pronta em menos de dois minutos. Graças à qualidade e à quantidade de trabalhos realizados nos últimos anos, o Laboratório Thomson tem sido considerado uma “usina de soluções”. Isso se deve, conforme o seu coordenador, professor Marcos Eberlin, à capacidade de seus pesquisadores, bem como à infra-estrutura disponível, comparada à dos melhores centros de pesquisas do mundo. “Não há, na América Latina, um laboratório dessa área tão bem equipado quanto o nosso”, diz.
As serpentes que mais picam
Dados do Instituto Butantan, centro de pesquisa biomédica vinculado à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, indicam que os chamados “acidentes ofídicos” no Brasil são causados, na grande maioria, por serpentes conhecidas como jararaca, jararacuçu, caiçaca, urutu, cotiara (gênero Bothrops), seguidas das cascavéis (gênero Crotalus), surucucu (gênero Lachesis) e corais verdadeiras (gênero Micrurus). A ocorrência desses casos é marcada por fatores climáticos e de aumento da atividade humana no campo.
O diagnóstico do tipo de serpente causador do acidente é feito, na maioria das vezes, com base nas manifestações clínicas que o paciente apresenta no momento do atendimento, uma vez que nem sempre é possível a identificação do animal. O Butantan destaca que as serpentes não-peçonhentas também podem causar acidentes e que nem sempre as peçonhentas conseguem inocular veneno por ocasião da picada. Cerca de 40% dos pacientes atendidos no Hospital Vital Brazil, em São Paulo, são atacados por ofídios não-peçonhentos ou por serpentes peçonhentas que não chegaram a causar envenenamento. Em caso de acidente, a recomendação é de levar a vítima imediatamente a um hospital e não amarrar braços ou pernas e nem cortar ou chupar o local da picada.

(reportagem de Manuel Alves,Jornal da Unicamp)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

A Importância dos Anfíbios

Aspectos Ecológicos e Econômicos
Os anfíbios são elementos importantíssimos nas cadeias e teias ecológicas (Stebbins & Cohen, 1995), principalmente como controladores de insetos e outros invertebrados, sendo ora presas, ora predadores. No geral, são bons indicadores biológicos e ambientais, já que necessitam de um ecossistema equilibrado (associação entre meio biótico e abiótico) para manterem sua diversidade. No entanto, na atualidade, eles são alvo de biopirataria, uma vez que na sua pele encontram-se compostos químicos de interesse das grandes indústrias farmacêuticas, com poderes curativos, analgésicos ou até mesmo anti-cancerígenos.Em termos ecológicos, os anfíbios, como animais ectotérmicos (dependem de fontes externas de calor para manutenção da temperatura corpórea), são importantes no fluxo de energia (cadeias tróficas) de uma ambiente porque convertem cerca de 90% do que consomem em massa (tecidos corpóreos), diferentemente dos seres endotérmicos (possuem mecanismos internos para o controle da temperatura corpórea), que devem reservar parte da energia ingerida para manter a temperatura corpórea constante. Dessa forma, os anfíbios apresentam taxas de crescimento muito elevadas, e por isso tornam-se ótimas presas de seres ectotérmicos/endotérmicos maiores (Pough et al., 1996).Estudos com comunidades de anfíbios têm proporcionado um maior conhecimento da “ecologia de comunidades”. Por serem de fácil observação, estarem sempre associados a cursos d’água ou poças em pelo menos uma fase de suas vidas e se encontrarem em grande número na época reprodutiva, estudos de comunidades de anfíbios têm contribuído com importantes informações acerca da distribuição espacial e temporal, predação, comunicação e alimentação (Beebe, 19896; Duellman Trueb, 1986), para a elaboração de modelos acerca da estruturação de comunidades em geral.Como já referido, por serem de fácil observação, e também por suportarem a presença dos pesquisadores e permitirem manipulações os anfíbios têm chamado a atenção dos cientistas que trabalham com seleção sexual. Assim, é possível testar hipóteses, verificar como ocorrem os acasalamentos, como é a competição intra ou intersexual, se há estratégias alternativas reprodutivas ou se há influência nas características dos filhotes devido à escolha de parceiros (Bastos & Haddad, 1999; Wilczynski & Ryan, 1999), assim como a análise das vocalizações para diagnosticar a linguagem destes anfíbios.Em termos histórico-científicos, os anfíbios foram muito utilizados nas décadas de 1950 e 1960, para realizar teste de gravidez. O teste consistia na resposta da fêmea de Xenopus, em produzir óvulos em menos de 24 horas, a pequenas quantidades de hormônio gonadotrofina-coriônico (coletado na urina), se a mulher estivesse grávida (Beebee, 1996).Além disso, os anfíbios têm sido utilizados pela humanidade de diversas maneiras. Por exemplo, em varias partes do mundo (incluindo o Brasil), as rãs são iguarias bastante apreciadas. A rã-touro (Rana catesbeina; Família Ranidae) é criada especificamente para fins alimentares. O Brasil destaca-se, mundialmente, como um dos grandes produtores de carne e de pele dessa rã (Bezerra, 2001). Todavia, deve-se ressaltar a importância de haver um controle rígido sobre os criadouros, para evitar que a rã-touro possa vir a ocasionar problemas para a fauna nativa geral, caso indivíduos adultos escapem acidentalmente e venham a se reproduzir na natureza podendo causar grande impacto ambiental sendo uma espécie invasora que, geralmente, não apresenta um predador natural. Na Austrália, em 1935, o sapo sul-americano, Bufo marinus, foi introduzido para controlar duas espécies de besouros, que causavam sérios prejuízos às plantações de cana-de-açúcar. Posteriormente, no entanto esses sapos constituíram-se em um gravíssimo problema para a fauna nativa australiana (Azevedo-Ramos et al., 1994), uma vez que não possuíam predadores especializados em caçá-los, explodindo demograficamente sobre anfíbios nativos e os expulsando de seus habitas por competição espacial e alimentar.Como os anfíbios são abundantes e fáceis de serem capturados, são utilizados em muitas escolas e universidades como material biológico em estudos de citogenética, morfologia, fisiologia, tanto em nível de graduação como de pós-graduação. Todavia, devem-se respeitar os princípios éticos na manipulação desses animais em tais experimentos, nas aulas práticas ou nos estudos científicos (Animal Behaviour, 2002), assim como se deve ter licenças ambientais dos órgãos competentes que permitam a utilização dos animais. Caso contrário, é imoral e ilegal a coleta, o transporte e o manuseio de qualquer material biológico.Atualmente, os anfíbios têm atraído a atenção de grandes laboratórios farmacêuticos, devido à existência de diversos compostos químicos em suas peles, como é o caso de diversas espécies pertencentes aos gêneros Brachycephalus, Dendrobates, Epipedobates, Phyllomedusa e Rana (Batista et al.; Park et al, 2001; Sebben et al., 1993). As pesquisas têm possibilitado a descoberta de substâncias que poderão atuar, por exemplo, como substituto da morfina, no tratamento do mal de Alzheimer e doença de Chagas (Stebbins & Cohen, 1995). Além disso, as possibilidades de novas descobertas de princípios ativos são infinitas, podendo ser descobertas substâncias que atuariam combatendo o câncer, auxiliando no tratamento da AIDS ou sendo analgésicos e antidepressivos. Como os grandes laboratórios farmacêuticos estão localizados no hemisfério norte, o Brasil deve preservar a sua anfibiofauna e evitar o tráfico ilegal desses animais. Assim, evitar-se-á que, em um futuro não tão distante, tenha de se pagar bem caro por medicamentos que foram produzidos a partir de substâncias existentes na biodiversidade nacional, como já ocorre com alguns medicamentos em que o princípio ativo é derivado de espécies vegetais nativas do território nacional.As medidas para conservação da biodiversidade em geral compreendem: maior fiscalização nas áreas de fronteiras; acompanhamento específico e rigoroso em pesquisas de estrangeiros sobre a fauna e flora nacional; criação de novas unidades de conservação; consolidação das unidades de conservação existentes; desenvolvimento de programas de educação ambiental com as comunidades mais próximas das unidades de conservação; formação de recursos humanos; criação de novas coleções científicas; maior apoio financeiro para as coleções científicas existentes; criação de uma base de dados, interligando as coleções científicas e destinação de recursos para realização de pesquisas, como inventariamento de novas áreas, identificação de populações ameaçadas e de relevante interesse ecológico, estudos da biologia molecular, ecologia, distribuição espacial e temporal, genética, comportamento social, reprodução, seleção sexual e monitoramento das espécies (Azevedo-Ramos, 1998; Cavalcanti & Joly, 2002; Dias, 2001; van Schaik et al., 202; Young et al., 2002).Conservar a biodiversidade nacional e coibir a biopirataria é mais do que proteger nossos animais e plantas; é acreditar em uma dádiva que está presente em nosso território nacional e fazer valer essa condição única de poder desfrutar consciente e sustentavelmente de potenciais e reais recursos ambientais, geradores de renda, saúde, trabalho, desenvolvimento econômico-social e a possibilidade de poder contemplar uma exuberante e revigorante beleza cênica que a natureza nos provê a todo momento.
Texto retirado do site do Ibama (www.ibama.gov.br)

Ordem Testudinata


Corpo com carapaça dorsal e plastrão ventral (com exceção da tartaruga marinha);apêndices e cinturões apendiculares situados dentro das costelas.
Mandíbula com bico córneo ao invés de dentes;vértebras e costelas fusionadas a carapaça;não expandem o peito para respirar.
Cauda retrátil,audição pobre,ovíparas(põem ovos na terra),sexo definido pela temperatura de incubação em algumas espécies.
A ordem Quelônia é ainda dividida em duas subordens: os pleurodira, que guardam o pescoço lateralmente e os criptodira que guardam reto.
Famílias de Testudinata:


· Subordem Pleurodira:
1. Pelomedusidae
2. Podocnemiidae
3. Chelidae


· Subordem Criptodira:
1. Carettochelyidae
2. Cheloniidae
3. Dermatemydidae
4. Dermochelyidae
5. Emydidae
6. Kinosteridae
7. Testudinidae
8. Trionychidae

Ordem Squamata

Ordem Squamata

Grupo monofiletico; várias sinapomorfias (escamas,pecilotérmico,hemipênis,etc.); Possuem autotomia caudal.
Tipos de dentição: acrodonte,pleurodonte ,theodonte.
Alguns com glândulas localizadas (mecanorreceptores); outros com cromatóforos; maioria são ovíparos, mas alguns são partenogênicos.


São divididos em três subordens:

· Lacertilia (lagartos);
· Serpentes (cobras);
· Amphisbaenia (“cobra-cega”).


1.Lacertília
O grupo caracteriza-se pela presença de quatro patas, pálpebras nos olhos, e ouvidos externos. As famílias Anniellidae e Anguidae correspondem a répteis sem patas que parecem cobras mas que, no entanto, são lagartos, tendo em conta a estrutura do esqueleto.
Os lagartos ocorrem em todos os continentes, excepto na Antártida, surgem em diversos tamanhos, desde alguns centímetros, como alguns guecos, até 3 metros, como o dragão-de-komodo. São geralmente carnívoros, alimentando-se de insetos ou pequenos mamíferos, mas também há lagartos onívoros ou herbívoros, como as iguanas. O monstro-de-gila, nativo do sul dos EUA, é a única espécie que é venenosa. Alguns tipos de lagarto são capazes de regenerar partes do seu corpo, mais usualmente a cauda, mas em alguns casos mesmo patas perdidas.
Possui cerca de 4800 espécies


Famílias de Lacertília:
Família Agamidae
Família Chamaeleonidae - camaleão
Família Corytophanidae
Família Crotaphytidae
Família Hoplocercidae
Família Iguanidae - iguana
Família Leiocephalidae
Família Leiosauridae
Família Liolaemidae
Família Opluridae
Família Phrynosomatidae
Família Polychrotidae
Família Tropiduridae
Família Dibamidae
Família Gekkonidae - osgas ou lagartixas
Família Pygopodidae
Família Cordylidae
Família Gerrhosauridae
Família Gymnophthalmidae
Família Lacertidae
Família Scincidae
Família Teiidae
Família Xantusiidae
Família Anguidae
Família Anniellidae
Família Xenosauridae
Família Helodermatidae - monstro-de-gila
Família Lanthanotidae
Família Varanidae - dragão-de-komodo

2.Serpentes
Possuem a pele recoberta por uma pele com escamas queratinizadas (cuja função é proteger o corpo constantemente exposto, serpenteando por terrenos irregulares, vegetação, ocos de tocas, etc), variando o tamanho e a cor. As serpentes têm uma capacidade de engolir presas maiores que o tamanho de sua cabeça, pois os ossos da mandíbula são presos ao crânio apenas por músculos e ligamentos (Pough et al., 1998). O grupo das serpentes é o segundo grupo mais diversificado dos répteis, com aproximadamente 2700 espécies (Pough et al., 2001). Desse total 370 espécies ocorrem no Brasil, que possui uma das maiores faunas de serpentes do mundo, não só pela extensão territorial do país, mas também da diversidade de ecossistemas (Campbell et al., 1993). Segundo Pinto (2002), são identificadas 308 espécies de serpentes com ocorrência no Brasil.O pouco estudo na área junta-se com a falta de informações. As principais ameaças à esses animais como também a outros são a destruição de seus habitats naturais e a caça ilegal. A manutenção de reservas já existentes é uma boa alternativa para a preservação desses animais, temidos pelo homem, e também a criação de novas Unidades de Conservação, podendo com isso aumentar as chances de preservação de espécies ameaçadas de extinção. Contudo é importante ressaltar que esses animais são predadores, principalmente no combate de roedores, se tornando aliados do homem no controle de zoonoses.
Os padrões de coloração estão relacionados ao ambiente em que vivem, podendo apresentar função de proteção (mimetismo), camuflagem ou controle de temperatura. Muitas espécies são conhecidas pelo colorido característico (como é o caso das corais), podendo ter variações entre indivíduos da mesma espécie (idade, padrões de desenho).As cobras enxergam mal, apesar de terem os olhos bem evidentes, com pálpebras soldadas e transparentes, mas com percepção de movimento. Nas serpentes arborícolas, a visão tem a função de profundidade para orientação e deslocamento do animal.Não apresentam ouvido externo nem ouvido médio, porém elas captam o som através de vibrações sensitivas por todos os ossos do corpo, que levarão a mensagem até a columela (osso localizado no ouvido interno).O olfato é bem desenvolvido sendo usado, principalmente, para exploração do ambiente, permitindo a localização de suas presas, predadores e parceiros para a reprodução. Para “sentir os cheiros”, a serpente usa a língua, bifurcada. Os odores são levados pela língua para o órgão de Jacobson, duas pequenas câmaras sensitivas com ductos que se abrem na parte anterior do palato.A fosseta loreal é uma abertura localizada entre o olho e a narina, presente na família Viperidae, importante na detecção da temperatura, podendo perceber a mínima variação desta. Já na família Boidae ( jibóias,sucuris) assim como, nas suas primas próximas, as pítons (Pitonidae), está presente a fosseta labial, localizada na parte superior dos lábios, desempenhando o papel da fosseta loreal.As serpentes possuem diferentes tipos de locomoção dependendo de sua atividade e do ambiente:
· movimento ondulatório horizontal ou serpentino: fuga ou deslocamento típico de serpentes rápidas caracterizada pela formação de S pelo corpo do animal;
· movimento retilíneo:característico de serpentes com deslocamento lento;
· movimento sinuoso-lateral ou Sidewinding: a maioria é capaz de se locomover desse modo, porém as espécies do deserto são as mais especializadas;
· movimento em sanfona: envolve a extensão e a retração do corpo de um ou mais pontos de atrito com o solo. Pode ser usada em uma superfície achatada, ao rastejar através de um túnel ou “trepar”.
Dentes inoculadores de veneno especializados estão presentes nos representantes de algumas famílias. Diversas espécies podem ser nocivas para o homem como as cascavéis e jararacas (Viperidae) e as corais (Elapidae), porém a maioria é inofensiva (Pough et al 1998).As serpentes podem ser agrupadas em quatro categorias, de acordo com o tipo de dentição:
· Áglifa: não apresenta dentes com especialização para a inoculação de veneno. Ex.:jibóias e cobra dormideira;
· Opistóglifas: na parte superior da maxila há um dente posterior com sulco, por onde o veneno escorre. Ex.: caninana, boipeva, coral-falsa, cabra-d´água, cobra-cipó;
· Proteróglifas: o dente com sulco localiza-se na parte anterior da boca. Ex.:corais-verdadeiras;
· Solenóglifas: o dente anterior é oco, formando um canal por onde irá escorrer o veneno. O osso da maxila é bastante móvel, o que permite ao dente anterior deslocar-se para frente e para trás, com isso a injeção do veneno será mais precisa. Ex.:cascavéis, surucucus.







Família Anomalepididae (4 espécies) Viperidae
Família Leptotyphlopidae (12 espécies)
Família Typhlopidae (6 espécies)
Família Aniliidae (1 espécie)
Família Tropidophiidae (1 espécie)
Família Boidae (8 espécies)
Família Colubridae (245 espécies)
Família Elapidae (22 espécies)
Família Viperidae (27 espécies)







3.Amphisbaenia
A anfisbena possui hábitos subterrâneos e é carnívora, alimentando-se de pequenos insetos que penetram em seus túneis, e também, com menos freqüência, caça na superfície. Apesar de ser agressiva e possuir uma forte mordida e dentes afiados, a anfisbena não é peçonhenta




Famílias de Amphisbaenia:
Amphisbaenidae
Trogonophidae
Bipedidae

Ordens Crocodilia e Rhynchocephalia

Ordem Crocodilia
Possuem crânio alargado;vértebras usualmente côncavas à frente;quadrado imóvel;os dentes podem ser homodontes,tecodonte e polifidonte.
Com paladar secundário;patas dianteiras com 5 digitos;comportamento social avançado,emitem sons.
Coração com 4 câmaras;respiração pelo movimento do fígado e expansão da caixa torácica;sexo determinado pela temperatura de incubação.
Famílias:
Crocodylidae (crocodilos s.s.)
Alligatoridae (jacarés)
Gavialidae (gavial )



Ordem Rhynchocephalia

É um réptil endémico da Nova Zelândia que vive apenas em algumas ilhas ao largo deste país, estando extinto nas duas ilhas principais. É considerado uma espécie ameaçada desde 1895, e um fóssil vivo. O nome tuatara é uma palavra Maori que significa dorso espinhoso.
As tuataras têm características mistas entre lagartos, tartarugas e aves. Os dentes estão fundidos aos maxilares e não têm órgãos de copulação nem auditivos externos. São animais de clima frio, que não suportam temperaturas acima dos 27ºC. Os adultos medem cerca de 60 cm de comprimento, pesam entre 0,5 e 1 kg e são terrestres e principalmente noturnos. Os juvenis adaptaram-se a um modo de vida oposto, arbóreo e diurno, principalmente por serem uma das presas favoritas das tuataras adultas.
O ciclo de vida destes répteis é extremamente longo e os indivíduos podem chegar aos cem anos de vida. As fêmeas levam muitos anos a atingir a maturidade sexual e põem ovos apenas de quatro em quatro anos. O período entre a copulação e a eclosão é de 12 a 15 meses. As tuataras crescem continuamente até aos 35 anos de vida. Como os lagartos, as tuataras têm um olho pineal na testa, coberto por uma escama. A função deste terceiro olho, estando ele coberto, permanece desconhecida.
As tuataras alimentam-se de insetos, lagartos, ovos de aves marinhas e por vezes dos seus próprios juvenis. Habitam zonas florestadas e praias de cerca de trinta ilhas ao largo da Ilha Norte. A espécie S. guntheri está confinada a uma única ilha no Estreito de Cook. O S. punctatus é esverdeado, enquanto que o S. guntheri é acastanhado com manchas amareladas
Família:
· Sphenodontidae:2 espécies (Sphenodon punctatus e Sphenodon guntheri)

Reptilia


Os répteis estão entre os mais antigos grupos de animais terrestres do mundo. Os primeiros répteis, como são conhecidos hoje em dia, evoluíram dos anfíbios há 250 ou 300 milhões de anos atrás e proliferaram com rapidez até se transformarem numa criatura terrestre. Provavelmente, os primeiros répteis eram fisicamente parecidos com os que existem hoje em dia.
Constituem uma classe de animais vertebrados tetrápodes e ectotérmicos,possuem um corpo coberto com pele seca cornificada (não mucosa) geralmente com escamas ou escudos e possuem poucas glândulas superficiais;
Possuem dois pares de extremidades, cada uma tipicamente com cinco dedos terminando em garras córneas e adaptadas para correr, rastejar ou trepar; pernas semelhantes a remos nas tartarugas marinhas, reduzidas em alguns lagartos, ausentes em alguns outros lagartos e em todas as cobras;
Esqueleto completamente ossificado; crânio com um côndilo occipital; Coração dividido em quatro câmaras, duas aurículas e um ventrículo parcialmente dividido (ventrículos separados nos crocodilianos); um par de arcos aórticos; glóbulos vermelhos nucleados, biconvexos e ovais;
Respiração pulmonar; algumas espécies (tartarugas marinhas) possuem respiração coaclal; doze pares de nervos cranianos;
Fecundação interna, geralmente por órgãos copuladores; ovos grandes, com grandes vitelos, em cascas córneas ou calcárias geralmente postos, mas retidos pela fêmea para o desenvolvimento em alguns lagartos e cobras; Segmentação meroblástica; envoltórios embrionários (Âmnio, cório, saco vitelino e alantóide) presentes durante o desenvolvimento; filhotes quando eclodem (nascem) assemelham-se aos adultos; sem metamorfose.
Os répteis atuais são representados por quatro ordens:
Ordem Crocodilia - crocodilos: 23 espécies
Ordem Rhynchocephalia – (tuataras): 2 espécies
Ordem Squamata – (lagartos,cobras e anfisbenias): aproximadamente 7.600 espécies
Ordem Testudinata - (tartarugas): aproximadamente 300 espécies

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Amphibia






Os anfibios constituem uma classe de animais vertebrados,pecilotérmicos que não possuem ovo amniótico,tetrapodas,primeiro grupo de vertebrados que se adaptaram a vida terrestre mesmo que ainda muito ligados ao meio aquático.

Possuem pele úmida, devido a secreção de numerosas glândulas mucosas,permeável a trocas gasosas;geralmente possuem respiração pulmonar;esqueleto com adaptação para a vida terrestre;apresentam um coração com um ventriculo e uma auricula,mistura de sangue arterial e venoso a nivel de ventriculo esquerdo;são díocos,no geral ovíparos,com fecundação externa e desenvolvimente indireto.

  • Ordens:

Apoda ou Gymnophiona:cecilias

Anura ou Salientia:sapos,rãs e pererecas

Urodela ou Caudata:salamandras e tritões

Gymnophiona

São animais de corpo alongado,com anéis,podem ser terrestres(fossoriais) ou aquáticos,não possuem membros,olhos reduzidos e quase sem função.
Possuem entre o olho e a narina um pequeno tentáculo usado para quimiorrecepção e juntamente com o números de anéis pelo corpo ajuda na identifição do taxon.Orgão de Jacobson associado a olfação e/ou visão.
São oviparos mas existem especies vivíparas,os machos possuem falodeu(orgão copulatório),as fêmeas tem cuidado parental.
Ossos do crânio fundidos para uma maior rigidez,possuindo apenas as aberturas das narinas dos olhos e dos tentáculos.
Derme com glândulas mucosas e glândulas de veneno e alguns possuem escamas microscópicas.







Crânio de Gymnophiona


Famílias de Gymnophiona

  • Eocaecilia:Um fóssil do Jurássico inferior da América do Norte.
  • Rhinatrematidae:terrestres de pequeno porte,acredita-se que tenham larvas aquáticas;9 espécies.
  • Ichthyophidae:terrestres moderadamente grandes,com larvas aquáticas;36 espécies.
  • Uraeotyphidae:terrestres,ovíparos,talvez com desenvolvimento direto;4 espécies.
  • Scolecomorphidae:terrestres moderadamente grandes e talvez vivíparas;5 espécies.
  • Caeciliidae:terrestres e aquáticas,tanto ovíparas quanto vivíparas;sem estágio larval aquático;90 espécies.
  • Typhlonectidae:aquáticas e semi-aquáticas,vivíparas com larvas aquáticas.

Anura

São animais que não possuem cauda,tem especializações do corpo para o salto,como membros posteriores alongados,membros anterios fortes e a tíbia e fíbula fundidas.

Coluna vertebral curta,vértebras caudais fundidas (úrostilo),olhos grandes (visão binocular).

Formas terrestres são de corpo robusto,saltos curtos e/ou longos,membranas digitais pou

co desenvolvidas.Formas semi-aquáticas moderadamente hidrodinâmicas (membranas interdigitais).Formas aquáticas são achatados dorso-ventralmente,pés grandes com membranas amplas.

Diferenças nos hábitos alimentares podem estar associadas a diferenças no modo locomotor.Espécies semi-aquáticas e terrestres possuem língua pegajosa altamente especializada,as aquáticas utilizam alimentação por sucção para engolir o alimento.

Possuem canto diversificado;varia de espécie para outra e a maioria das espécies

tem dois ou mais tipos diferentes de canto,usados em diferentes situações.

Na maioria dos anuros,a fecundação é externa;o macho usa os membros peitorais para segurar a fêmea na região peitoral (amplexo axilar) ou na região pelviana (amplexo inguinal).Adultos de muitas espécies possuem cuidado parental guardando os ovos de maneira especifica.





cuidado parental


Famílias de Anura

  • Tridobatrachus:um fóssil do Triássico inferior de Madagascar
  • Ascaphidae:pequeno anuro aquático encontrado em nascentes frias e riachos de montanha;a fencundação é interna;uma espécie na América do Norte
  • Leiopelmatidae:pequenos anuros semi-aquáticos ou terrestres;3 espécies.
  • Bombinatoridae:anuros semi-aquaticos de pequeno a médio porte;8 espécies. Europa e Ásia.
  • Discoglossidae:terrestres ou semi-aquáticos de pequeno porte a médio porte;5 espécies.
  • Pipidae:aquáticos especializados;algumas espécies com larvas aquáticas e outras com ovos que se desenvolvem diretamente em filhotes;30 espécies.
  • Rhinophrynidae:escavador com larvas aquáticas;2 espécies.
  • Megophryidae:de solo de florestas,com pequeno a médio porte;cerca de 80 espécies.
  • Pelodytidae:terrestres de pequeno porte com membros curtos e larvas aquáticas;2 espécies.
  • Pelobatidae:terrestres com membros curtos e larvas aquáticas;11 espécies.
  • Allophrynidae:arborícola de pequeno porte;1 espécie.
  • Brachycephalidae:minúsculos anuros terrestres que provavelmente têm desenvolvimento direto;5 espécies.
  • Bufonidae:principalmente terrestres;a maioria tem larvas aquáticas,mas com algumas espécies vivíparas;cerca de 400 espécies.
  • Centrolenidae:maioria arborícolas,de pequeno porte com larvas aquáticas que vivem em riachos;mais de 130 espécies.
  • Heleophrynidade:habitam em riachos de montanha e têm larvas aquáticas;5 espécies.
  • Hylidae:maioria arborícola,mas umas poucas espécies são aquáticas ou terrestres;maioria tem larvas aquáticas,mas as Gastrotheca mostram diversas variações,incluindo desenvolvimento direto de filhotes em bolsas na pele da fêmea;cerca de 760 espécies.
  • Leptodactylidae:provavelmente não é um grupo monofilético,vários tamanhos,de todos os habitats e com diversos modos de reprodução;mais de 900 espécies.
  • Myobatrachidae:aquáticos e terrestres,com diversos modos reprodutivos;cerca de 120 espécies.
  • Sooglossidae:terrestres que desovam na terra;os ovos eclodem em filhotes ou em girinos que não se alimentam e são carregados no dorso de um adulto;3 espécies.
  • Pseudidae:aquáticos com girinos grandes que se metamorfoseiam em adultos de médio porte;4 espécies.
  • Rhinodermatidae:terrestres que desovam na terra;sendo que os girinos de uns são transportados para a água e de outros o desenvolvimento se completam nos sacos vocais do macho;2 espécies.
  • Arthroleptidae:terrestres de pequeno a médio porte;75 espécies.
  • Dendrobatidae:terrestres,muitos dos quais com cores vivas e extremamente tóxicos;os ovos terrestres eclodem em girinos que são transportados para a água por um adulto;cerca de 185 espécies.
  • Hemisotidae:pequenos anuros escavadores;8 espécies.
  • Hyperoliidae:pequeno a médio porte,principalmente arborícolas;cerca de 230 espécies.
  • Microhylidae:terrestres ou arborícolas;muitos de larvas aquáticas,mas em algumas espécies os girinos não se alimentam e em outras o desenvolvimento é direto;cerca de 315 espécies.
  • Ranidae:provavelmente não é um grupo monofilético;aquáticos ou terrestres; maioria com girinos aquáticos,mas vários gêneros mostram desenvolvimento direto;mais de 700 espécies.
  • Rhacophoridae:maioria arborícolas,algumas espécies com larvas aquáticas com alimentação filtradora e outras põem ovos em cavidades de árvores e têm larvas que não se alimentam;cerca de 315 espécies.







Dendrobatidae Dendrobates






Caudata

Possuem corpo alongado,com patas anteriores e posteriores e cauda,apresentam toxinas pelo corpo (tetradoxina).

Salamandras aquáticas possuem linha lateral funcional e mantêm brânquias externas.

A fecundação interna é realizada não por um órgão copulador,mas pela tranferencia de um pacote de espermatozóide (o espermatóforo) do macho para a fêmea.A forma do espermatóforo difere de acordo com a espécie.Os machos possuem glândulas hedônicas na face ou no queixo ou na cloaca.

Possuem várias características pedomórficas (brânquias externas,ausência de pálpebras,dentes,ossos), musculatura adaptada para locomoção(caminhada provavelmente similar aos dos primeiros tetrapodas);crânio reduzido.

Famílias de Urodela

  • Karaurus:Um fóssil do Jurássico de Cazaquistão.
  • Sirenidae:aquáticas alongadas de pequeno porte,com brânquias externas e desprovidas de cintura e membros pelvinos;4 espécies.
  • Crytobranchidae:aquáticas pedomórficas com fecundação externa dos ovos;3 espécies.
  • Hynobiidae:terrestres ou aquáticas,com fecundação externas dos ovos e larvas aquáticas;cerca de 36 espécies.
  • Amphiumidae:aquáticas,desprovidas de brânquias;3 espécies.
  • Plethodontidae:aquáticas ou terrestres,algumas com larvas aquáticas e outras com desenvolvimento direto;cerca de 266 espécies.
  • Rhyacotritonidae:semi-aquáticas,com larvas aquáticas;4 espécies.
  • Proteidae:aquáticas pedomórficas com brânquias externas;6 espécies.
  • Salamandridae:terrestres e aquáticas de pequeno a médio porte;55 espécies.
  • Ambystomatidae:terrestres,com larvas aquáticas;32 espécies.
  • Dicamptodontidae:semi-aquáticas,com larvas aquáticas;4 espécies.